quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Perseguição Cristã - Conhecendo o Iraque


Apesar da grande área do país que se encontra sob o controle do Estado Islâmico e a situação parecer instável, ainda existe uma luzHá dois milênios o cristianismo se formou no Iraque e, tradicionalmente, cristãos vivem em cidades como Bagdá e Mosul. Mas, há cerca de uma década, a perseguição ao cristão iraquiano tem crescido e, após os conflitos na região, principalmente na Síria, a extinção de cristãos no país é um tema muito discutido. 
O Iraque é divido em duas partes: a região curda semiautônoma e o restante (maioria) árabe. Curdos e árabes têm suas próprias culturas, idiomas, religiões e crenças. A maior parte dos recursos do país vem do petróleo encontrado perto de Kirkuk e Mosul, que são zonas fronteiriças entre a região curda e árabe do país. Essas regiões são consideradas as mais violentas e onde os cristãos são capturados e ficam no fogo cruzado de duas batalhas diferentes: uma em que o país curdo luta por sua autonomia e outra para uma limpeza religiosa do Iraque, realizada por grupos extremistas islâmicos.
Muitas notícias no site da Portas Abertas alertaram sobre o que aconteceu no ano de 2015 naquela região. Juntamente com a Síria, o Iraque chama a atenção dos cristãos livres para que orem e contribuam com as pessoas que, apesar da perseguição e do risco de morte, preferem ficar em seus países e servir a Jesus em todo o tempo.
Porém, algumas notícias vindas de lá trazem esperança e fazem acreditar que Deus não sai de perto dos seus filhos, como Governo iraquiano investiga situação dos cristãos e Iraquiana cristã experimenta o poder da oração.
Já em seu segundo ano, e com o agravamento da perseguição também na Síria, a campanha Mantenha a Igreja Viva no Iraque e Síria torna-se permanente, dando ao cristão brasileiro a oportunidade de ajudar a Igreja Perseguida do Oriente Médio.
Os projetos de ajuda socioeconômica na região cresceram em média 53% e 189.665 refugiados foram beneficiados com a distribuição de alimentos, roupas, aquecedores e medicamentos.
“Ainda que nossos compatriotas nos persigam e pareça não haver lugar para nós aqui, eu quero viver em meu país.” Martin, seminarista cristão que ajuda no cuidado com refugiados em Erbil.

Desde o início dos anos 90, a igreja iraquiana vem enfrentando forte perseguição em todas as áreas. Os recém-convertidos de origem islâmica passam ainda por outra perseguição, mais hostil e subliminar: a perseguição por parte de familiares. A situação com eles é particularmente tensa, pois muitos já foram expulsos de suas famílias e comunidades, ficando à mercê de perseguidores de grupos radicais. Apesar de não haver registros de prisões sem julgamentos, as mortes e torturas contra os cristãos prevalece no país.
Além disso, igrejas, mosteiros e residências cristãs são tomadas, destruídas e muitas vezes incendiadas, principalmente em Mosul e em áreas da planície de Nínive.
Grandes áreas do território povoado do Iraque continua sob o controle do Estado Islâmico. Esta situação não deverá mudar no curto prazo e é suscetível de conduzir a uma nova onda de migrantes - incluindo cristãos - deixando o país.
Apesar de alguns avanços no Norte do país por parte das forças iraquianas e curdas, com a ajuda do Irã e da coalizão liderada por países ocidentais, grandes partes do território do Iraque, que são povoadas, continuam sob o controle de radicais islâmicos, principalmente do Estado Islâmico e do Al-Qaeda. De acordo com jornais locais "o poder de milícias xiitas é preocupante e há pouco progresso na retomada de confiança de sunitas insatisfeitos".
Há uma variedade de cenários possíveis para o futuro. Um deles é que esse quadro continue avançando e ganhando poder, o que traria consequências regionais mais graves, principalmente contra o cristão. Além disso, a divisão cada vez mais forte entre muçulmanos sunitas e xiitas combinados com altos níveis de violência, pode acarretar no esmagamento de grupos minoritários.


Este cenário se agrava com o aumento da desconfiança entre os diferentes grupos religiosos e étnicos. Os níveis mais baixos de tolerância combinada com a contínua presença ou o crescimento do Estado Islâmico terá consequências nefastas para as minorias religiosas, incluindo os cristãos. 
Outro cenário possível é que o Al-Qaeda intensifique os seus esforços para mostrar que estão seguindo os códigos islâmicos rigorosos e estão lutando contra os hereges e infiéis. Apesar de ser um grupo dissidente do Al-Qaeda, o Estado Islâmico se afastou muito do que é considerado aceitável em nível de violência e outras táticas utilizadas em guerra. Esta situação também irá aumentar os riscos para os cristãos.


Um terceiro, mas positivo cenário, apresenta a possibilidade dos diferentes grupos étnicos e religiosos no Iraque se unirem contra o radicalismo islâmico. Isso pode trazer mais estabilidade ao país. 

Fonte: Portas Abertas

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