Data: 21 de
Agosto de 2016
TEXTO DO DIA
“Porque um menino nos nasceu, um
filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será
Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is
9.6).
SÍNTESE
O profeta Isaías fala do Messias como
uma grande luz que dissiparia as trevas.
TEXTO BÍBLICO
Isaías 9.2-4,6; 10.12,15.
Isaías 9
2 — O
povo que andava em trevas viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na
região da sombra de morte resplandeceu a luz.
3 — Tu
multiplicaste este povo e a alegria lhe aumentaste; todos se alegrarão perante
ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando se repartem os despojos.
4 — Porque
tu quebraste o jugo que pesava sobre ele, a vara que lhe feria os ombros e o
cetro do seu opressor, como no dia dos midianitas.
6 — Porque
um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros;
e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade,
Príncipe da Paz.
Isaías 10
12 — Por
isso, acontecerá que, havendo o Senhor acabado toda a sua obra no monte Sião e
em Jerusalém, então, visitarei o fruto do arrogante coração do rei da Assíria e
a pompa da altivez dos seus olhos.
15 — Porventura,
gloriar-se-á o machado contra o que corta com ele? Ou presumirá a serra contra
o que puxa por ela? Como se o bordão movesse aos que o levantam ou a vara
levantasse o que não é um pedaço de madeira!
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Isaías
é um profeta criativo e rico em suas colocações. Trabalha a questão da ameaça a
Sião de forma amedrontadora, mas coloca ao lado dessas tragédias a esperança
messiânica. Não fosse este último assunto estar presente, suas profecias seriam
muito tristes. É o Messias que dá vida ao seu conteúdo profético e traz uma
esperança que suplanta qualquer ameaça ou desobediência. Embora o povo de
Israel fosse merecedor de todo o castigo de Deus por motivo de sua
desobediência deliberada e claramente exposta pela rejeitada profecia de
Isaías, Deus visitará a maldade do seu opressor, a Assíria. E também lhes dará
um escape, por meio das qualidades divinas somente presentes no Messias
encarnado, como sendo o próprio Deus. É o amor de Deus pelo seu povo que o faz
enviar seu próprio filho, Jesus Cristo, como Salvador, não somente de Israel,
mas de toda a humanidade.
I. CONSOLO AO POVO SOFREDOR
Deus não toleraria a desobediência de
seu povo, que após várias advertências preferiu continuar no erro. Ele enviou
reis e nações poderosas para corrigi-los. Eles foram quase que dizimados, mas
Deus teve misericórdia do remanescente (Is 1.9; 6.13; 10.19; 11.1) e destruiu
as nações opressoras, trazendo, mais tarde, uma pequena parte de Israel
novamente para Jerusalém prometendo-lhes o Messias. Assim, trouxe consolo ao
seu povo sofredor, embora profeticamente o escape final de Israel ainda está
para acontecer.
1. O instrumento de Deus para
corrigir o seu povo. A forma que Deus se utilizou
para corrigir o seu povo desobediente foi a Assíria. Mais tarde, as profecias
de Isaías indicarão que a Babilônia também fará parte desses castigos. Eles
tinham exércitos poderosos e cruéis, que esmagaram o povo de Deus. O profeta
diz que pelo povo ter rejeitado a tranquilidade do rio de Deus, eles seriam
invadidos pela enchente de um rio caudaloso e devastador, a Assíria (Is 8.6,7).
2. A arrogância do instrumento de
Deus. Os Assírios eram um povo
arrogante. Embora nesse momento estivessem sendo instrumento de Deus, não
reconheceram essa verdade e diziam que tinham muita força própria, sabedoria,
inteligência; que tinham o poder de mover as nações e remover seus limites, de
roubar riquezas e destronar reis (Is 10.13,14). O profeta afirma que jamais um
instrumento poderá se gloriar contra aquele que o utiliza, como se o machado
pudesse mover a mão do lenhador (Is 10.15).
3. Deus destruirá o inimigo cruel. Isaías diz que Deus fará definhar a Assíria.
O próprio Senhor em um dia consumiria parte de seus exércitos (Is 10.16-19).
Isso aconteceu quando de uma só vez morreram 185 mil soldados dizimados por uma
peste, quando esse exército estava acampado ao redor de Jerusalém para a destruir,
depois de já ter destruído todas as cidades em volta (2Rs 19.35). Mas a
destruição final da Assíria viria com a invasão dos medos e dos babilônios em
612 a.C.. A magnífica civilização de ilimitada ambição e conquistas violentas e
cruéis terminaria, conforme descrito por Isaías (10.24,25).
Pense!
Às
vezes, algumas perdas e derrotas nos ajudam a relembrar os nossos erros e
nossas decisões equivocadas. Esse processo de lembrança nos revela o lugar em
que devemos retornar, a vontade de Deus.
Ponto Importante
A
teologia do Messias é de conforto, esperança e restauração. O menino que
nascerá é apresentado por Isaías como o novo rebento de Davi, o verdadeiro Rei
e Senhor da história.
II. O PODER DO MESSIAS
O Messias para Israel seria o grande
libertador que finalmente tiraria do seu povo a vergonha de ser escravizado e
subjugado por outros povos, como no caso da Assíria e Babilônia. Somente Ele
teria poder para trazer libertação total e completa. Todos os demais reis
frustraram a esperança do povo, mas este seria vencedor. Essa mesma importância
Jesus assumiu para o povo da nova aliança, a Igreja.
1. A grande luz do menino que nasceu. A importância da luz na Bíblia se dá pelo
fato de simbolizar e estar ligada à vida e à felicidade. Por isso Deus é
comparado à luz, pois dEle emana a vida e a felicidade (Tg 1.17). Nenhuma vida
seria possível na Terra se não houvesse abundância de luz; nenhuma vida
espiritual teriam as pessoas que conhecem a Deus se Ele não as alimentasse com
sua luz poderosa. Desta forma se diz do Messias que virá, que Ele irradiará uma
grande luz, iluminando os que andavam na escuridão (Is 9.2). Agora não haverá
mais desorientação nem confusão, pois o Messias, o Cristo, já proporcionou
abundante luz para os seus filhos, pois diante dessa luz há clareza no caminho
(Jo 14.6). Aqueles que moravam em regiões de morte têm agora lugar permanente
na vida abundante (Jo 5.24).
2. A imensa alegria (Is 9.3). Isaías compara a alegria que o Messias traria
à mesma que havia na época das colheitas (dia de pagamento com aumento de
salário) ou como num despojo de guerra em que conseguissem muitas riquezas. A
vinda de Cristo à Terra representa uma boa nova, expressa nos Evangelhos, tão
extraordinária que o anjo que apareceu aos pastores em muita glória, a ponto de
eles ficarem aterrorizados, disse: “[...]vos trago novas de grande alegria, que
será para todo o povo” (Lc 2.10). A alegria de Cristo consiste no fato de Ele
ter poder para perdoar pecados, salvar, curar e batizar no Espírito Santo, mas
além disso, estar com Cristo é estar com a fonte permanente de alegria. Assim,
mesmo em meio a tribulações e angústias, podemos experimentar sua alegria em
nossa alma.
3. A quebra do jugo (Is 9.4). Jugo designa na Bíblia uma peça de ferro ou
madeira que era colocada no pescoço do boi para controlá-lo, ou seja, um
instrumento de opressão e submissão. Não existe nada pior para o ser humano do
que ser aprisionado por algum jugo. Existem muitas pessoas aprisionadas pelo
pecado, por outras pessoas ou mesmo por situações da vida que as oprimem e
subjugam, mas Cristo, o Messias, veio para estraçalhar qualquer jugo e tornar
todos os que o reconhecem como Cristo completamente livres.
Pense!
Fomos feitos para ser pessoas livres, e não
escravas. Por isso, o evangelho do Messias é para libertar, transformar e
livrar os homens do jugo do Maligno.
Ponto Importante
O profeta Isaías leva o povo a fixar
sua esperança somente em Deus. Aceitar que somente Ele tem o verdadeiro poder
de trazer a alegria, o consolo e conduzir o povo a um novo momento de sua
história.
III. OS NOMES DO MESSIAS
1. Maravilhoso Conselheiro. Contrapondo a confusão do povo que não sabia
o que deveria fazer, pois preferiram conselhos errados (Is 3.4,12), agora essa
realidade muda com o Messias; os rumos serão corretos porque os conselhos serão
corretos. Nada melhor do que seguir na luz dos conselhos de Cristo, descritos
nos Evangelhos, para ter uma vida bem-sucedida. As principais escolhas da sua
vida precisam ser estabelecidas a partir dos maravilhosos conselhos daquEle que
foi chamado de Deus Forte.
2. Deus Forte. Conselho e força precisam andar juntos; se
faltar um, o outro qualificativo perde sua importância. Contrapondo a fraqueza
dos governantes que oprimiram os fracos e desvalidos, mas também se sobrepondo
aos países que oprimiram Israel, como Assíria e Babilônia, agora o Deus Forte
assume o controle. Ele tem todo o poder e pode governar (Is 10.1,2). Deus é
infinitamente mais forte que todos os inimigos e vai dar descanso ao seu povo.
Além disso, é na força de Deus que o Messias, também sendo Deus, imporá a
justiça e o direito, ninguém mais oprimirá seu próximo, pois a equidade é
estabelecida. Ele é forte o suficiente para estabelecer a tão esperada paz.
3. Pai da Eternidade. Ele contrapõe a efemeridade de tudo que é
humano, “e ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele”
(Cl 1.17). Exatamente por Ele ser eterno, sem começo nem fim, é que é o Deus
Forte que controla e mantém todas as coisas em seu devido lugar, com todas as
leis da natureza por Ele criadas e sustentadas. Antes que houvessem sido
criados céus e terra Ele já existia (Jo 1.1), pois Ele criou a própria
eternidade. Além disso, Ele existirá para todo o sempre, numa perpetuidade de
poder, glória e majestade.
4. Príncipe da Paz. em hebraico é mais do que estado de
tranquilidade, mas também sugere prosperidade, espaço, riqueza, saúde,
bem-estar, felicidade e contentamento. Contrapondo o ambiente de guerra,
desolação, violência e injustiça, o Messias traria uma paz perpétua que nenhum
poder ou inconveniente poderia tirar. A paz do Príncipe seria muito mais do que
ausência de guerras e violência, mas também de provisão inesgotável de salvação
e bênçãos para o povo de Deus, pois somente onde há completa libertação e
abundância da bondade de Deus é que se estabelece a paz. O mundo inteiro anseia
por paz. Hoje existem mais conflitos do que jamais houve na terra, não somente
bélicos, mas também na sociedade violenta e nas famílias disfuncionais. Mas o
Príncipe da Paz estabelece sua paz àqueles que hoje se entregam ao seu governo
e num futuro próximo dará paz completa para toda a sociedade e todos os povos e
nações da terra, conforme diz o salmista em Salmos 72.12-14.
Pense!
As principais escolhas da sua vida
precisam ser estabelecidas a partir dos maravilhosos conselhos daquEle que foi
chamado de Deus Forte.
Ponto Importante
Os nomes atribuídos ao Messias são o
contraponto de toda a situação histórica que o povo estava vivendo nos dias do
profeta Isaías. No entanto, esses nomes de Deus ainda podem ser considerados
nos dias atuais da Igreja.
CONCLUSÃO
O profeta Isaías é poético ao falar
da vinda do Messias. Ele aborda o assunto falando da grande luz que dissiparia
as trevas, da imensa alegria, da quebra de todo jugo e lhe atribui nomes que
somente cabem para Ele. Com isso, revela como Deus é compassivo e perdoador
para com o desobediente arrependido. Embora o profeta utilize abundante
linguagem simbólica, a realidade que a mesma aponta é concreta, real e no tempo
oportuno cumprir-se-á.
ESTANTE DO PROFESSOR
DEVER, Mark. A mensagem do
Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008.
HORA DA REVISÃO
1. Qual
foi o instrumento que Deus usou para repreender seu povo?
A Assíria.
2. Que
metáfora Isaías utiliza para se referir à arrogância da Assíria?
De que jamais um instrumento poderá se gloriar contra aquele que o
utiliza.
3. Qual
o símbolo que a luz tem na Bíblia?
Simboliza a vida e a felicidade, por isso Deus é comparado à luz.
4. O
que significa Pai da Eternidade?
Que Jesus é eterno, sem começo nem fim.
5. Por
que Isaías chama de Jesus de o Príncipe da Paz?
Porque estabelece sua paz àqueles que hoje se entregam ao seu governo e
num futuro próximo dará paz completa para toda a sociedade e todos os povos e
nações da terra.
SUBSÍDIO I
“Maravilhoso Conselheiro deveria ser
hifenizado. [...] Jesus foi uma maravilha pessoal. Ele foi alguém Maravilhoso
que deu conselhos Maravilhosos. Isaías está expressando o atributo divino do Onisciente,
mas exprimindo-o em forma verdadeiramente hebraica.
Deus Forte sugere o guerreiro divino
ou o herói divino. Ele tem valor sobre-humano, não simplesmente porque o
Espírito do Deus Todo-Poderoso está sobre Ele com unção, mas porque a natureza
da deidade essencial habita nEle.
Pai da Eternidade é melhor entendido
como Pai Eterno, ou Pai perpetuamente. Designar alguém como ‘o Pai de’ é uma
maneira hebraica e arábica de dizer que Ele é propriamente a fonte da coisa
designada como seu atributo.
Príncipe da Paz é um nome que indica
um governo bem-sucedido com prosperidade abençoada e verdadeira. Paz pertence
ao reino ideal. Mas R.B.Y. Scott está correto em sugerir ‘Príncipe Beneficente’
como um significado mais correto. O termo hebraico Shalom indica não somente uma ausência
de guerra, mas uma condição de bem-estar rica, harmoniosa e positiva” (Comentário
Bíblico Beacon. Volume 4: Isaías e Daniel. 2ª
Edição. RJ: CPAD, 2005. p.51).
SUBSÍDIO II
“Emanuel (7.14)
O nome significa ‘Deus conosco’. Mas
a comum e enfática posição das palavras compondo o nome mostra que devia ser
entendido como ‘Conosco está Deus!’. Assim, o nome Emanuel capta a admiração e
maravilha da encarnação e o inimaginável fato de que o Deus do Universo entrou
na corrente do tempo para tornar-se um conosco.
Nascimento virginal (7.14). A palavra
hebraica traduzida por virgem significa ‘jovem mulher em idade casadora’. O
ideal hebraico de casamento faz uma tradução como ‘virgem’ igualmente. Entretanto,
a intenção é absolutamente clara em Mateus 1.23 que cita Isaías e usa palavra
grega, parthenos que inequivocadamente significa ‘virgem’. De
fato, o conceito de nascimento viriginal é um fundamento básico do cristianismo
bíblico” (RICHARS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma
análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ:
CPAD, 2012, p.415).
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