Data: 28 de
Agosto de2016
TEXTO DO DIA
“E, respondendo
o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo
te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer,
será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35).
SÍNTESE
O Emanuel, Deus
conosco, é a maior prova de amor e cuidado de Deus para com seus filhos.
TEXTO BÍBLICO
Isaías
7.10-16.
10 — E continuou o Senhor a falar com Acaz,
dizendo:
11 — Pede para ti ao Senhor, teu Deus, um
sinal; pede-o ou embaixo nas profundezas ou em cima nas alturas.
12 — Acaz, porém, disse: Não o pedirei, nem
tentarei ao Senhor.
13 — Então, ele disse: Ouvi, agora, ó casa de
Davi! Pouco vos é afadigardes os homens, senão que ainda afadigareis também ao
meu Deus?
14 — Portanto, o mesmo Senhor vos dará um
sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome
Emanuel.
15 — Manteiga e mel comerá, até que ele saiba
rejeitar o mal e escolher o bem.
16 — Na verdade, antes que este menino saiba
rejeitar o mal e escolher o bem, a terra de que te enfadas será desamparada dos
seus dois reis.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Uma
das mais belas profecias de Isaías é a que ele aponta para o maior gesto de amor
de Deus para com a humanidade: a vinda de Cristo ao mundo, o Emanuel, o “Deus
conosco”. A profecia foi dada diante de um rei idólatra e desobediente, cujo
povo seguia esse mesmo caminho, mostrando com isso que o amor de Deus
transcende qualquer maldade e desobediência humana, levando-os a um lugar de
arrependimento e cura de suas maldades e pecados. Ou seja, Deus em Cristo
estava provendo meios de aproximar os pecadores a si, dando-se a si mesmo ao
mundo, mesmo este não merecendo um gesto de tamanha graça. O Emanuel é aquEle
que está perto e habita com os “que têm o coração quebrantado e salva os
contritos de espírito” (Sl 34.18), dando-lhes todas as promessas que dizem
respeito aos escolhidos de Deus e a vida abundante, pois são cumpridas por meio
de Cristo (2Co 1.20) e de seu sacrifício na cruz.
I.
O CONTEXTO IMEDIATO DA PROFECIA MESSIÂNICA
1.
A ameaça a Jerusalém. A Síria e Israel (o Reino do
Norte) haviam se unido para subjugar Judá e Jerusalém. O rei nessa época em
Jerusalém (o Reino do Sul) era Acaz. Ele era idólatra, chegando a oferecer seus
próprios filhos aos falsos deuses. Ele havia feito aliança com a Assíria (2Rs
16.7) para se proteger dos inimigos a sua volta por não confiar em Deus.
2.
O medo do povo e do rei. O rei Acaz
entregou muitas riquezas do templo ao rei da Assíria para obter a proteção
deste, pois a aliança síria e israelita lhes causou muito medo. Diante das
ameaças, o rei e todo o povo ficaram apavorados e amedrontados (Is 7.2), e em
vez de confiarem em Deus foram pedir socorro à Assíria. Foi aí que Deus enviou
Isaías com a promessa de salvação, apesar da desobediência do rei.
Pense!
Às
vezes, o medo gera em nós uma sensação de desamparo total. É nessas horas que o
Deus Emanuel se torna manifesto. Ele nunca desampara os seus filhos durante as
situações de angústia ou adversidades profundas.
Ponto
Importante
Além
da profecia messiânica do Emanuel que se cumpriria em Cristo, havia nessa
profecia de Isaías um sentido imediato, um livramento que Deus estava dando
para o povo naquele momento da história.
II.
O SINAL DO EMANUEL
1.
O contexto da profecia. Como com
outras profecias de Isaías, aqui também se aplica o princípio de que a profecia
estava sendo predita para o presente, mas um sentido muito mais abrangente e profundo
do que as pessoas da época poderiam enxergar. Ao falar com o rei Acaz sobre o
filho que nasceria, o profeta Isaías estava se referindo também ao que foi
cumprido nos Evangelhos, quanto ao nascimento de Jesus (Mt 1.22-23).
2.
O significado do Emanuel. Emanuel, no
hebraico, é a junção de dois termos — immánu, que significa “conosco”, e El, que significa “Deus” ou “Senhor”,
literalmente “conosco [está] Deus”. Jesus não somente foi homem, mas
estabeleceu morada entre os homens. Essa atitude de Jesus demonstra o imenso
amor de Deus para com a humanidade perdida, que de outra forma jamais
entenderia esse amor. Ele se tornou como um de nós e nos amou para que nós o
amassemos e fôssemos definitivamente dEle. Jesus não se chamava Emanuel como
nome próprio, mas vários textos bíblicos apontam para Ele como sendo designado
por esse nome como aquilo que Ele de fato é: Deus Conosco. Esse nome designa
sua missão entre a humanidade de fazer Deus estar com a humanidade, de habitar
entre os homens. Mostra a natureza divina do Filho de Deus como sua obra
messiânica da graça, habitando entre os homens e ao mesmo tempo significando
que “porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9).
3.
O Deus que se humilhou. Ele é Deus
infinitamente santo, em quem não há escuridão (1Jo 1.5), mas ao mesmo tempo
assumiu a condição humana, com todas as suas contingências e dificuldades (Fp
2.7-8). Portanto, Deus não enviou o Emanuel contra nós, mas a nosso favor,
demonstrando seu grande amor. Somente Deus pode tirar força da fraqueza. Deus
enviou o Emanuel de uma mulher (nos tempos antigos era sinal de fraqueza) que
conceberia sem ajuda de um homem (nos tempos antigos era sinal de força), para
demonstrar que Deus ajudaria o homem enfraquecido pelo pecado e pela desobediência
por intermédio de seu filho, Jesus Cristo, nascido menino, humano e de uma
mulher. Tudo isso em contraste com o poderio do pecado, da maldade e da
violência que domina o mundo.
Pense!
Deus
assumiu a condição humana e por isso podemos extrair dois princípios
fundamentais: Ele valorizou a humanidade e ensinou o que é ser verdadeiramente
humano segundo a sua vontade.
Ponto
Importante
Emanuel,
no hebraico, é a junção de dois termos — immánu, que significa “conosco” , e El, que significa “Deus” ou “Senhor”,
literalmente “conosco [está] Deus”.
III.
DEUS ETERNAMENTE CONOSCO
1.
Ele esteve com Israel. Apesar de
todos os problemas que o povo de Deus teve para permanecer fiel à aliança, com
tantas oportunidades que tiveram de experimentar sempre de novo a misericórdia
e bondade do Senhor e reiteradamente optarem pela desobediência, Ele permaneceu
fiel à aliança com Israel, mesmo quando estavam no cativeiro. O povo quase foi
dizimado, mas Ele prometeu que um resto, um remanescente que “brotará do tronco
de Jessé” (Is 11.1), simbolizando o Messias, o Emanuel, que sobreviveria a
todas as destruições e catástrofes. Portanto, apesar de não merecerem, Ele
cuidou e esteve com seu povo por amor a toda a humanidade (Jo 3.16). Cristo foi
a realização do pacto de Deus com Israel: “Porque um menino nos nasceu, um
filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros [...]” (Is 9.6).
2.
Ele está conosco. No Emanuel se cumpriram todas
as profecias bíblicas sobre a vinda do Messias. Ele é o Cristo enviado de Deus
para salvar a humanidade sofredora. O Emanuel é a garantia de que, assim como
foi com o povo de Israel, Ele também está conosco, como prometeu (Mt 28.20).
Assim se cumpre em nós a promessa messiânica de que Ele de fato estaria
conosco. O apóstolo João escreveu que “e o Verbo se fez carne e habitou entre
nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e
de verdade” (Jo 1.14). O verbo “habitar” utilizado por João tem o mesmo sentido
que o Emanuel utilizado por Isaías, ou seja, Deus agora habita definitivamente
entre seu povo por meio de Cristo e de seu sacrifício na cruz (Rm 8.11).
3.
Ele estará conosco. A presença do Emanuel não foi
somente uma realidade passada ou é no presente, mas é a garantia de que também
no futuro, e para todo o sempre, o Senhor estará entre seu povo, não apenas
espiritualmente e de forma limitada pelas contingências humanas, mas também com
toda a sua força e esplendor (Ap 21.3).
Pense!
Se
Deus é presente conosco, isso implica que devemos ser imitadores de seu
caráter. Devemos também ser uma igreja de jovens que estão uns com os outros.
Emanuel também significa comunhão.
Ponto
Importante
A
teologia do Emanuel pode ser entendida de três formas básicas: Ele esteve com o
povo de Israel, Ele está com a Igreja ao longo da história, e por fim Ele
estará plenamente com todos os redimidos e salvos no Novo Céu e na Nova Terra.
CONCLUSÃO
O nascimento de
Jesus traz consigo todo o cumprimento das profecias messiânicas, desde os
livros de Gênesis até Zacarias, em número de mais de trezentas delas. Portanto,
o Emanuel traz uma carga divina tão grande que alcançou seu cumprimento
salvífico em Israel e em toda a humanidade carente de Deus. Mas a maior
garantia de sua vinda ao mundo é que Ele continua conosco e estará por toda a eternidade,
quando seremos levados para junto dEle.
ESTANTE DO PROFESSOR
SPANGLER, Ann. Orando
com os Nomes de Deus. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2014.
HORA DA REVISÃO
1. Quais
eram os países que ameaçavam invadir Jerusalém quando Isaías fez a profecia do
Emanuel?
Israel (reino do Norte) e a Síria.
2. Por
que Acaz fez aliança com a Assíria?
Porque não confiava em Deus e estava
tomado de incredulidade.
3. Qual
o sinal que Deus deu ao profeta de que o menino que nasceria era o Emanuel?
Que uma virgem daria à luz um menino.
4. Qual
o significado de Emanuel?
Deus conosco.
5. Que
promessa o Emanuel fez em Mateus 28.20?
“Eis que eu estou convosco todos os
dias, até a consumação dos séculos”.
SUBSÍDIO
“O profeta
aconselhou Acaz a buscar um sinal de Yahweh [...], mas o rei já havia
determinado no coração buscar socorro com o rei da Assíria. Isaías então
profetizou que uma virgem conceberia, e o seu filho seria chamado de Emanuel.
Este seria o sinal da misericórdia de Deus, a despeito de toda a incredulidade
de Acaz. Na providência de Deus, aquEle Filho, no sentido messiânico, era Jesus
de Nazaré. Mas o sinal específico para Acaz e sua corte era uma criança, não
identificada, que nasceria de uma jovem mulher conhecida do rei. Antes que a
criança alcançasse a idade de discernir entre o bem e o mal, Rezim e Peca
perderiam os seus tronos, e Acaz começaria a sofrer a depredação de seu aliado
assírio. Damasco caiu em 732 e Rezim, seu rei, foi sumariamente executado.
Quase simultaneamente, Peca foi assassinado, e em seu lugar levantou-se o rei
Oseias, um aliado dos Assírios. Assim, o cumprimento da palavra profética
ocorreu dentro de dois anos. Sete anos mais tarde, Salmaneser V finalmente
tomou a cidade de Samaria, causando também espanto e terror ao reino de Acaz.
Não foi senão no reinado de Ezequias, cerca de dez anos depois, que a Assíria
iniciou suas campanhas sistemáticas contra Judá e quase eliminou o reino do
Sul” (MERRILL, H. Eugene. História de Israel no Antigo Testamento: O
reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 12ª Edição. RJ: CPAD,
2013. p.451).
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