segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Perseguição Cristã - Conheça a situação dos nossos irmãos Missionários na País - Eritreia

Apelidada de "Coreia do Norte da África", a Eritreia está entre os países mais restritos em termos de liberdade de religião, de imprensa e garantia dos direitos humanos
A situação dos cristãos é agravada por causa do extremismo islâmico, cada vez mais presente no país, pelo regime governamental, autoritário e intolerante, bem como pela pressão das igrejas históricas registradas para com os cristãos independentes.
Atualmente, a Eritreia tem uma população de aproximadamente 5,4 milhões. Segundo pesquisas, ao menos metade da população da Eritreia é cristã, dividida entre cristãos ortodoxos, católicos e protestantes. Todas as igrejas evangélicas estão fechadas desde uma lei em 2002, mas apesar das grandes limitações, elas têm crescido. Seguidores de Cristo se reúnem secretamente em igrejas subterrâneas e arriscam suas vidas, sob pena de serem presos, unicamente para dizer a Jesus o quanto eles o amam.
Os cristãos enfrentam severa perseguição por causa do extremismo islâmico, principalmente os novos convertidos que têm origem muçulmana. A pressão vem de todas as esferas da vida (privada, familiar, comunitária, religiosa e governamental). Por causa da fé em Jesus, muitos se encontram marginalizados na sociedade, milhares foram presos ao longo dos anos e muitos morreram como prisioneiros.
Há milhares de cristãos presos por causa de sua fé, mantidos em condições desumanas, presos em contêineres de metal ou em celas subterrâneas. Infelizmente, é muito difícil dizer o número exato de pessoas que morreram nas prisões devido à tortura, negação de atendimento médico e negligência das autoridades. Mais de 30 cristãos foram mortos, incluindo três irmãs enquanto tentavam fugir do país. A igreja na Eritreia está enfrentando a pior perseguição de sua história.
O governo tem apoiado a ascensão e expansão do islamismo radical no Chifre da África, oferecendo meios e métodos ao grupo Al-Shabaab. Por causa disso, muitos estão deixando o país via países vizinhos - Sudão, Etiópia e Egito - e tornaram-se uma presa fácil para o tráfico de pessoas. Alguns foram capturados e decapitados na Líbia pelo Estado Islâmico. Ainda assim, muitos partiram para a Europa por barco através da traiçoeira viagem pelo Mar Mediterrâneo. Isso significa que a situação na Eritreia também está contribuindo para a crise global dos refugiados. 
De acordo com um relatório do ACNUR de novembro de 2014, 22% de todos os refugiados que chegam à Itália por barco são da Eritreia. "Mesmo sabendo que há uma probabilidade muito elevada de cair nas mãos de traficantes e grupos radicais cruéis, como o Estado Islâmico, os cristãos eritreus ainda estão desesperados para fugir do país", disse um investigador.



“Perdoar aqueles que nos perseguem não é fácil, mas Cristo nos chama a sermos misericordiosos e nos alertou que segui-lo e pregar o seu evangelho traria perseguição. Hoje eu sou um verdadeiro testemunho da grande obra de Deus! Agora eu encorajo vocês, meus irmãos e irmãs, de que muitas vezes quando Deus tem um grande plano em sua vida, Ele permitirá que você passe por situações difíceis, quase insuportáveis.” Líder cristão eritreu.
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O cristianismo chegou ao país em 34 a.C., através de um tesoureiro do reino de Sabá, mas foi difundido com mais eficiência e rapidez no século 4 d.C. O cristianismo ortodoxo (Tewahdo) é o mais praticado pelos eritreus; outros grupos cristãos, como católicos e protestantes, só chegaram ao país após 1890 com o domínio italiano. Os cristãos são basicamente ortodoxos e quase inteiramente da etnia tigrínia.
O governo exige que os grupos religiosos se registrem, mas não aprova nenhum registro, desde 2002, além dos quatro principais grupos religiosos: a Igreja Ortodoxa da Eritreia, a Igreja (luterana) Evangélica da Eritreia, o islã e a Igreja Católica Romana. Os demais grupos religiosos não têm permissão para se reunir ou atuar livremente no país e quando o fazem são perseguidos. Isso porque são acusados de se unir contra o governo e ser uma ameaça para o Estado.
Para evitar um aumento no número de cristãos, o governo cortou relações com ONGs e outros projetos internacionais e restringiu a entrada de trabalhadores cristãos estrangeiros. Além disso, os muçulmanos eritreus têm mostrado tendências para o radicalismo, em parte devido à influência da região do Chifre da África e em parte ao posicionamento das autoridades, acusadas de manter ligações com militantes islâmicos como o Al-Shabaab. 

A Constituição de 1997 prevê liberdade religiosa, no entanto, ela ainda não foi implementada. Assim, não é permitida a distribuição de Bíblias no Exército e nas escolas. Desde setembro de 2001, foi suspensa definitivamente toda impressão de materiais religiosos (papéis e livros devocionais ou particulares, etc.).

Somente quatro instituições religiosas "históricas" no país são reconhecidas, a saber: o islamismo e as igrejas ortodoxas, católicas e luteranas evangélicas. Cristãos independentes, por vezes, enfrentam perseguição religiosa, originada, em parte, pelas diferenças teológicas, em outra por questões de tradição e reconhecimento histórico.
Desde maio de 2002, todas as igrejas evangélicas estão fechadas por ordem do governo e precisam de autorização para funcionar. A prática de prender aqueles que se reúnem ou exercem qualquer outra atividade religiosa sem a autorização do governo já causou a prisão de mais de dois mil cristãos, alguns dos quais ainda permanecem na prisão depois de 11 anos.
Aqueles que se convertem do islamismo são excluídos da sociedade e banidos de usufruir dos direitos básicos na comunidade. Casas são invadidas e danificadas e pessoas são submetidos a tortura, espancamentos e prisões em contêineres, onde a temperatura pode chegar a 50 graus Celsius.
"O país é governado pelo medo e não pela lei", afirmou a Comissão de Inquérito da ONU. De acordo com as pesquisas da Classificação da Perseguição Religiosa, a situação dos cristãos na Eritreia tem piorado desde 2003, e os relatórios sugerem que a sociedade continuará produzindo uma atmosfera de medo para com as minorias.
Atualização: 15/12/2015
Fonte: Portas Abertas

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